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Mostrando postagens com o rótulo delírios do transtorno bipolar

Milagres acontecendo em várias religiões...

Ouço relatos de pessoas desenganadas que se curam milagrosamente... Fui criada na tradição católica mas meu pai virou adventista do sétimo dia. Meu pai diz que os milagres de sua Igreja é que valem, os das outras religiões foram realizados pelos "demônios" para enganar os fiéis e lhes desencaminhar da única religião que salva, a Adventista. Em tempos em que a vontade global é a tolerância e o ecumenismo, acabo ouvindo ocasionalmente a seguinte frase: "Páre de tomar esses remédios, o único Salvador é Cristo." Sim, Cristo salva, é por isso que permitiu a existência da medicina. Isso me lembra a piada do fanático que estava quase morrendo afogado, mas negava a ajuda dos barcos que ofereciam a salvação dizendo que só Cristo salva! Morreu afogadíssimo e ao chegar ao Céu reclamou com Deus, que respondeu: "Fui eu que te mandei os barcos para te ajudar!" Acho que os barcos são as religiões do mundo, Deus não está muito preocupado em qual barco você sobe. Por isso

Brigando com a tristeza...

Ela chegou, entrou. Sentou-se no sofá, sem ser convidada. Eu a expulsei, mas ela continuou lá. Marido não estava com ela, mas briguei com Marido, jogando a culpa nele. Não adiantou, ela, ficou ali, teimando. Tentei convencê-la a ir embora, usando minhas técnicas de pensamento positivo. Ela apenas riu. Fui para a cama, mas ela deitou-se ao meu lado e exaria aquele cheiro de fracasso. Esfreguei-me com raiva, no chuveiro, e o cheiro penetrava nos poros, e eu comecei a ser inteira triste. Fui ao trabalho, mas ela ficou espreitando em casa. Quando cheguei ela me esperava, ansiosa. Fiz daimoku, mas ela gargalhou. Revoltada, peguei uma faca cega e esfreguei no pulso direito, com diligência... A pele não cedeu, resistente (é sua função afinal). Quanto mais eu esfregava, a dor me impedia. Não sangrou, mas desconfio que ainda que sangrasse, não haveria alívio, há socorro médico, e internação, hoje tem muita organização, há procedimentos, existem precauções e métodos, técnicas e metodologias, ciê

Crônica de uma enchente...

Da janela do meu televisor posso ver crianças nadando na lama, mas quem se importa, há águas piores para se banhar... Será que vamos deixar como herança um mar de impunidade para nossos filhos? Ela [impunidade] estimula os criminosos a desviar mais verbas que deveriam ser investidas em obras... Da janela do meu televisor eu vi um homem que amarrou os carros para não serem levados pela enxurrada e penso num novo tipo de pescaria... Aflijo-me aliviada em não estar fisicamente lá, mas meu coração está sentindo a dor do rapaz que perdeu mais de sete carros da sua revenda... Falar, nadar, estimular, desviar, investir, amarrar, levar, pensar, afligir, aliviar, sentir, perder... Sim, não há o verbo FAZER nesta crônica de uma enchente. Comento com meu marido as mesmas obviedades de sempre... Quedo-me impotente e assombrada com a estupidez do gênero humano, que se gaba se ser a única espécie possuidora de inteligência... Eu li um livro uma vez, chamado "A Natureza da Inteligência"...

Vampirismo Emocional

Às vezes sem perceber vampirizamos nossos familiares utilizando de jogos que os façam "sentir" coisas negativas como culpa, raiva ou inveja por exemplo. Todos nós sem exceção já passamos por algum tipo de joguinho desses. Lembra quando, em criança, fazíamos a famosa "birra"? Marido vive até hoje com esse tipo de jogo, é um aborrecimento para mim, mas por sorte, eu estou aprendendo a lidar. Outro tipo de jogo que suga emoções é o "Você vai me deixar aqui, sozinha(o)?" Este é ótimo para quem tem familiares doentes, e quer sair para se divertir um pouco. Por que? Não tem direito de sair e se divertir um pouquinho? Só porque o outro está doente e não pode sair temos que nos submeter a um regime de servidão total? Quem vive com pessoas carentes está sempre sendo vítima de um ou outro joguinho emocional e às vezes se pega sentindo culpado ou com raiva. Não tenha medo de se defender pois a super Xaxeila tem a solução: Tcharan: Escudo emocional. Ele funciona quand

Voltando para duas sessões de terapia por semana...

Depois da última tentativa de suicídio, há quinze dias atrás, tive que voltar a ter duas sessões de terapia por semana ou minhas terapeutas desistem. Elas dizem que é para controlar mais "de perto". Tentei contornar, dizendo que faltei em uma sessão e pulei umas doses do medicamento, mas não colou. Ou eu faço duas sessões ou não tem tratamento. Fiquei muito triste em retroceder, mas este transtorno é assim mesmo, por isso que é BI-polar. Eu já dei tanta força para tanta gente aqui nesse blog e agora tenho que confessar que não sei mais o que estou escrevendo aqui. É claro que devem ter percebido, pelos textos, que eu não 'tava "regulando" muito bem... Será que eu estava escrevendo coisas desconexas? Este desequilíbrio me deixa muito insegura com tudo na minha vida e inclusive estou com medo de ficar sozinha com meu filho, e se me der um "surto"? Eu seria capaz de me perdoar se algo de mal lhe acontecesse? Andei lendo uma estória espírita: "Tudo te

Consequências do surto/susto

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Fiquei internada tomando oxigênio, por prevenção de parada respiratória. Dei um susto na minha mãe e familiares. Faltei três dias no trabalho. Estou com dores no abdome e braços. Fiquei com hematomas nos braços. Para meu alívio, ontem na consulta com psiquiatra, descobri que foi um surto psicótico provocado pela oscilação nos medicamentos, ocorrida há 15 dias atrás. Como o reembolso do meu trabalho só cobre genéricos e demorei para encontrá-los, acabei ficando uns três dias sem o estabilizador de humor, o que provocou este surto psicótico. Este exemplo aconteceu comigo, mas estou postando como um aviso para que sigam o tratamento EXATAMENTE como o(a) psiquiatra recomendou, estes remédios não são analgésicos, que tomamos a torto e a direito. São psicotrópicos, que agem em nosso comportamento, vontade e humor. Não INVENTEM. O que ocorreu extamente: uso um antidepressivo, para me tirar da tristeza e dar iniciativa. Uso um estabilizador de humor, para me deixar equilibrada. Conforme fiquei

Dicionário de Pensamentos

Não seria simplesmente maravilhoso se houvesse um dicionário de pensamentos, onde pudéssemos confiar que estamos indo bem? Pensamos: "Estou ficando velho(a)", iríamos ao dicionário de pensamentos, que seria um manual prático porque todo o ser humano que existe, existiu ou existirá na face do Planeta Azul depara-se com esse pensamento. Quando tenho alguns pensamentos, tenho medo de que estejam ou dentro dos meus genes ou dentro da "programação" que recebi. Eu suspeito que a educação popular é uma programação, que gera comportamentos "sustentáveis" para o sistema atual, refiro-me ao status quo. Depois que comecei a fazer terapia, tudo o que eu julgava ímpar, singular e original em meu modo de viver e pensar começou a ser descrito pela minha terapeuta igualzinho ao que eu sentia. Antes pensei que minha psicóloga fosse uma sumidade em saúde mental, mas com o decorrer das sessões de terapia percebi que na verdade, toda aquela perícia fora construída ao longo de

Terapia, Medicamentos, que nada!!

Vamos hoje ao Parque da Mônica! Vamos escorregar com o nosso filho naquele tobogã gigante logo na entrada, pular e brincar juntos nas piscinas de bolinhas, nos labirintos. Vamos assistir aos shows de bonecos, com músicas e temas educativos. Hoje, por exemplo, vai ter um show sobre a preservação das espécies ameaçadas de extinção. A Mônica vai aparecer disfarçada de elefante, para delírio do Cebolinha!!!! Na piso superior deixaremos nosso filho dirigir cadillacs ou beetles , sempre respeitando os sinais de trânsito. Depois vamos almoçar juntos e nos deitar cansados nos pisos macios dos brinquedões. No Laboratório do Franjinha vai ter uma experiência sobre a força centrífuga... Será que o L. vai ficar com medo da Tumba do Penadinho? Tem um casal de bonecos namorados que se transforma em lobisomem quando a lua está cheia! Não posso esquecer de levar uma máquina digital, para registrar os momentos inequecíveis que viveremos juntos! A vida é curta e hoje eu não vou tomar um único medicament

Tolerância Zero

Com a conjuntivite ardendo, Marido entra numa farmácia. Receita na mão se dirije ao balcão, com aquele péssimo humor que lhe é peculiar. Ele nem abre a boca, entrega a receita à moça, que lhe "pergunta", atenciosamente: "Isso é colírio?". O tempo fechou na hora. "Tu que trabalhas aqui nesta farmácia não sabe, e eu é que tenho que te dizer!? Eu não vou te dizer, vai perguntar à tua supervisora e cuidado para não me entregar o remédio errado, ouviste?" Quando eu digo que Marido é grosso todo mundo fica com dozinho dele, eu com aquela cara de a-malvada-maltradora-de-homens-mal-agradecida. Para exemplificar o baixo nível de tolerância de Marido conto uma outra anedota: Liga a moça da Magazine para cobrar um tal de G... que não mora aqui. A moça estava ligando pela quinta vez, acho que o cadastro deles está com o telefone daqui. Ouço a seguinte resposta: "Eu já falei que não mora nenhum G... aqui! Oiça bem o que eu vou lhes dizer, a próxima vez que ligarem

Um balde maior ou um furo menor?

Está exaustiva a minha luta, os pensamentos negativos vem em turbilhão, eu os afasto um a um, pensando em antítese, e isso toma toda a minha energia. Quando vou me deitar estou exausta, é como tirar água de uma canoa furada com um copinho. O copinho é meu pensamento e a água que entra na canoa são as críticas minhas e de Marido, entrando pelo buraco, que é o ouvido. Pra que tanta reclamação? Estamos aqui vivos temos direito de lutar calados, sem lamentações! Temos direito de tirarmos ambos um remo, e aplicar a nossa energia em navegar para águas melhores. Treinando o nosso ouvido, para ter mais paz de espírito e poupar nosso estoque de energia, podemos ser mais felizes. Estou exausta, mas aprendi que exausta é mil vezes melhor que deprimida, toda vez que eu me sentir sem energia e com vontade de morrer é porque estou cansada. Às vezes minha mente se enche de esperança e me sinto confiante. Vez ou outra vejo pessoas caminhando apressadas e imagino o que lhes interessa. Um emprego, um ca

Entrando numa crise depressiva com consciência...

Lá vem outra onda, a lua está minguando e a minha energia também. O banho fica difícil, eu sei e passo a me empurrar para atividades de lazer. Cinema, shopping, parques. Sabe quando você assiste a um filme, mas não está prestando muita atenção? É assim a minha vida de lutar contra uma crise depressiva, seu início, eu sou a personagem principal, coloco piadas, florezinhas, mas eu também sou espectadora e não presto muita atenção. Consciente de sua causa (lutar contra o mau-humor do Reis me deixou exasuta) ou causas (associado à ressaca da redução do antidepressivo), decidi não ligar para a psiquiatra. Ela vai querer aumentar o antidepressivo, eu não vou querer regredir. Quem sabe vai ser apenas uma hipomania? Estou com conjuntivite também, isso dá um pouco de mau-humor. Nem preciso dizer que o banho é dificílimo, decidi pedir ajuda a Marido. Vamos ver se ele vai ajudar ou se vai mandar-me defenestrar. Estar de férias do trabalho está me ajudando a deprimir. No trabalho o tempo passa rap

Um ano, cinco meses e 29 dias!

Sobre a licença-saúde do INSS. Atenção peritos do INSS, leiam sobre depressão e transtorno bipolar. Participem de grupos de apoio vejam o problema de perto. Vocês encaram uma moça bonita e pensam que eu sou uma preguiçosa. Minha segunda licença saúde durou um ano, cinco meses e 29 dias. Foi importante não ser um ano e meio, mas e daí, se fosse? Eu cheguei no trabalho e meu chefe fez uma cara de que-boas-férias-você-tirou-de-um-ano-e-meio. Com essa cara, sorrindo, ele diz: "Você ficou afastada um ano e meio, não é?" Eu retruquei: "Um ano e meio, não, um ano, cinco meses e 29 dias." Não precisava responder desse jeito, mas eu queria que ele soubesse que eu sabia exatamente onde estava, o que estava fazendo, com detalhes. Cada dia afastada é muito importante, um dia faz uma grande diferença. Ontem deitei às 20 horas porque não aguentava mais viver naquele dia imenso. O dia não acabava nunca. Dormir parece um pouco com morrer, e tem horas, eu GARANTO, que eu preciso mor

Yumi, te amo...

"Blablablablablablablabla.......Não li :P e sim, estava procurando no google sobre suicidio eficaz. e vou conseguir sair desse mundo podre. Não volto ao seu blog, se eu fosse vc também não ." Internauta Yumi fez esse comentário no meu post: "Métodos eficazes de evitar o suicídio". http://xaxeila.blogspot.com/2009/07/metodos-eficazes-para-evitar-o-suicidio.htm Pelo discurso parece transtorno bipolar, mas também não dá pra ficar diagnosticando todo mundo só porque aconteceu com a gente, mas é palavra por palavra o que eu pensaria se alguém tentasse me tirar da idéia do suicídio, porque quando uma pessoa procura no google é porque ela está DECIDIDA. Pelo menos, sei que ela estava pensando em matar-se e chegou no meu blog, isto é a metade do que eu queria, que os suicidas tivessem uma chance de perceber que o suicídio é para a depressão como a febre é para o resfriado. Um sintoma, que passa. Só que a febre não mata. A outra metade da minha intenção era mostrar o meu ca

Que sorte!

Quando me acontece alguma coisa minimamente legal, como encontrar uma vaga para estacionar no shopping center eu sempre exclamo:"Que sorte!" Para minha surpresa e aprendizagem, o número de que-sortes que tenho exclamado está aumentando dia à dia. Eu não acredito muito em feitiços e nem em bruxarias e portanto cheguei a várias e profundas dúvidas existenciais: Quando exclamamos que-sorte a sorte é atraída para nós? Ou quando falamos isso começamos apenas a notar as pequenas sortes que temos dia à dia e não tínhamos visto antes? Será que se pararmos para pensar que desde que levantamos até a hora em que nos deitamos cada minuto vivido é um milagre que não tínhamos valorizado? Será que é tão natural e óbvio assim estarmos encarnados? Será que tivemos que enfrentar uma longa fila de inscritos para podermos encarnar? E o fato de respirarmos a cada minuto, será que é uma permissão a mais? Quantas dúvidas! Tudo por causa de uma única vaga de estacionamento no shopping!