Projeção Acordada?
Ganhei coragem, pronto. Contar uma experiência fora do corpo inaceitável, impossível, inacreditável. Sei lá. Estou contanto para mim mesma e num meio virtual sem chance de alguém me chamar de bruxa, colocar numa fogueira, ou pior, me internar num hospício. Experiências psicológicas, espirituais e invisíveis são experiências psicológicas, espirituais e invisíveis, por enquanto. Num futuro bem próximo vou poder gravar num pen-drive o meu pensamento, meus sonhos e aí, vou poder comprovar para todos e inclusive para mim mesma, já que falam tanto que eu sou louca varrida que eu já estou quase acreditando.
31/12/1989. Quero muito passar o ano novo com a minha mãe. Eu realmente QUERO. QUERO tão imensamente que sou capaz de: (diálogo)
"Sheila, não quero ver os seus pais, os odeio, não vamos passar o Ano Novo lá" - ex-marido 1.
"M. por favor, fazem seis meses que eu não os vejo, faça um esforço, já não passamos o Natal com eles, por favor, POR FAVOR!" - eu.
"NÃO Sheila eu já disse, NÃO vamos, não vamos e PONTO FINAL. " - ex-marido 1.
Senti meu coração arder de dor e revolta:
"Então eu vou passar o Ano-Novo SOZINHA! Fiquem todos aí, vou para a ...(comemoração coletiva da minha cidade)"
E já me levanto, com aquela roupinha de grávida, um macacãozinho de brim azul escuro e uma blusa cor de rosa por baixo. Me levanto e me dirijo à porta, chorando.
"M.,vá com ela por favor! É perigoso uma moça assim sozinha Meu Deus!" - sogra 1.
Bufando, Marido1, sem me dar um olhar ou palavra, me acompanha até a estação. Com esse desprezo fui me sentindo cada vez mais revoltada, sozinha, desesperada, e me assaltou uma intensa dor, acompanhanda de um desejo insano, intenso, avassalador mesmo, um desejo ABSOLUTO de estar com a minha mãe! Sem intermediários, nem transe, nem vôo livre, quero dizer imediatamente, eu estou na cozinha da casa da minha mãe. Ela está sentada numa cadeira e deve ter contribuído para o meu aparecimento ali, em corpo astral. Muito triste, ela dizia:
"Seria tão bom se a Sheilinha estivesse aqui..."
"D., não se preocupe, ela vai ficar muito bem, ela fez a escolha do caminho dela, deixa ela..." - meu pai dizia isso com falsa tranquilidade, mas estava tão ou mais desesperado que minha mãe. Eu ali, em meu corpo astral, senti uma vertigem e voltei ao meu corpo, que tinha ficado caído ali na estação. Isso mesmo, foi simples assim. Tive uma vontade urgente de ver os meus pais e fui vê-los, largando o corpo inerte ali mesmo, no meio da rua. Quando voltei ao corpo ainda conservava na mente a imagem dos meus pais. Eu tinha sido transportada para uma salinha na estação. Um homem perguntava o que eu comi e Marido 1 me olhava espantado. Não contei para ninguém o que tinha acontecido, porque sabe, as mulheres grávidas às vezes desmaiam, pronto, ficou assim, um desmaio de gravidez, acabou. Não preciso dizer que desistimos de ir à festa da cidade. O meu desejo intenso de estar com meus pais, mais o apelo emocional de minha mãe, provocou o meu imediato abandono do corpo físico e atração para junto de minha mãe. Sinto muito informar a todos que a força do amor, da atração, do querer intenso é capaz de romper bruscamente o vínculo do corpo à alma. Desculpe se é apavorante, aterrorizante e dá margem a uma grande quantidade de consequências e inferências, teorias, dúvidas, mas é a mais pura REALIDADE.
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