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Alegria, alegria

A alegria materializou-se na minha frente através de enfeites de palhaços. Na fachada um desenho colorido. Meu filho exultou, mas teve um pouco de medo porque o desenho era grande. A cama elástica foi o mais próximo do vôo que ele alcançou e... ele voou. Pulou, pulou e pulou. Muito alto, como ele gosta. Depois ele dançou na minidiscoteca. Com pulseira furtacor e colar piscante, não parava de demonstrar uma alegria que eu não me lembrava ser capaz de experimentar. Mas, sabem, para as mães a maior felicidade é ver o filho feliz, então me senti estranhamente feliz, como há muito tempo não me sentia. No final da festa [de aniversário de G., primo dele] tivemos que nos despedir, pois meu filho tem de passar a semana inteira na casa da avó, para que eu possa "trabalhar" (um argumento/desculpa inventado por todos para disfarçar minha inabilidade em cuidar de mim mesma e de meu filho). E novamente eu voltei ao estado de alma normal, que é triste.

Exaustos...

Marido e eu nos olhamos e sorrimos, pois cada um estava mais exausto que o outro. Não trocamos palavra. Sentamos em frente ao aparelho de televisão, que por acaso estava ligado, e nos deixamos ficar. Tentei dizer algo mas ele grunhiu, como resposta. Uma nuvem negra inundou a minha aura quando comecei a pensar que a vida toda será assim, afinal, não vejo perspectiva de mudança. Trabalhamos o dia todo e à noite, exaustos, não conseguimos produzir uma vida familiar digna de seres humanos. Se eu tenho idéias? É claro! Um jantar dançante, à luz de velas, sair para tomar um caldinho, ir ao cinema, sorvete. Mas como vingar essas idéias se os dois estão mortificados dos abusos no trabalho? Amigos, não gastem toda a vossa energia no trabalho, economizem um pouquinho para curtir a família, entendido?

Nova posologia, agora livre de antipsicóticos.

Agora vou passar a tomar 1,5 comprimido de 600mg de Oxcarbamazepina (estabilizador de humor) de manhã e 1,5 à noite. De manhã tomo também um comprimido de 50mg de Sertralina (antidepressivo). Comemorei a redução do número de substâncias porque todos estes medicamentos possuem terríveis efeitos colaterais! Sono, perda de concentração, memória, inteligência. A pessoa fica lenta como um zumbi, hipnotizada. Eu perco a vontade de brincar com Marido. (Escapou, não era pra falar isso!). Nunca deixem de tomar os medicamentos. Eu tive uma síndrome esquisita, pensei que fosse morrer. Deixei de tomá-los porque acabaram e caí numa depressão que me tirou a energia das pernas. Não conseguia andar direito porque elas não obedeciam. Fiquei andando bem de-va-gar-zi-nho. Tramei um coquetel de medicamentos com álcool e leite, mas no final eu não fiz, graças a saber que era tudo uma consequência da abstinência do remédio. Consegui me segurar até o dia da consulta com a psiquiatra e de posse da receita na

O vestíbulo

Há um terreno escorregadio entre a sanidade e o desespero com vegetações, terrenos e paisagens singulares. Qualquer um pode acordar um dia num pantano tenebroso e perder-se para sempre. Começo a sair lentamente desse pantano, mas parando para descansar pois venho alimentando sanguessugas há muito tempo. Trêmulas, minhas pernas avançam, tentando vislumbrar alguns pequenos matizes luminosos que vazam pela escura flora. Obviamente a gravidade do lugar, bem como a atmosfera, torna os meus esforços de levantar ainda mais hercúleos. Eu descobri que vivo no Umbral toda vez que avanço pelo portal do desespero. Se eu ouvir o chamado da autopiedade eu acordo ali e me sinto em casa. É por isso que me arrasto lentamente, para não ter a pele queimada na alegria do sol. Sozinha, porque essa viagem não tem guia. E eu olho, um a um, os amigos caminhando, pelo horizonte, uns mais jovens, outros nem tanto, alguns galopam leves como pumas em pradarias e outros até voam. Vou dormir e quando acordo estou u

Crônica da mulher traída - cap 2

Ela decidiu fingir que acredita, porém as emoções estão à flor da pele e toda vez que discutem (o que é todo dia sim dia não) ela lança na cara dele. Emoções são como cavalos, tem energia, força, mas tem que ser domesticados. A emocão de ser traída é no chacra cor de laranja, o esplênico, é o chacra por onde a energia do Universo entra na pessoa. Ela disse que sentiu uma mão espremendo sua barriga e um vazamento. Pode ser a energia tentando entrar por um canal fechado pois está ferido. O chacra esplênico é também o que controla as emoções no nível físico (porque existe um chacra que controla as emoções no nível espiritual, é o chacra do coração). O que podemos fazer para que ela abra novamente esse chacra e equilibre suas energias? Vamos sugerir que faça exercícios e dê muita risada. Isso vai criar a ilusão no organismo de que está tudo bem, como sempre, e liberar a energia do chacra. Assim talvez possa esquecer o trauma que passou e seguir adiante.

Relato de uma amiga anônima sobre ser traída

Uma mulher traída é como um programa de busca, você escreve uma palavra e o programa dá uma lista. É uma tortura porque o Google dá milhares de resultados, enquanto a cabeça de uma mulher enganada vai lendo: será que pagou o aluguel dela, que tipo de proteção usaram, que lugares frequentaram juntos e o pior, quais de seus íntimos segredos partilharam? Ela começa a lembrar-se de fatos: o dia que ele chegou de banho tomado, fingiu que acreditou na desculpa do vestiário do trabalho. Teve um outro dia que ele sumiu e não avisou. E o dia que ele adorou quando ela quis ir na casa de sua tia sem ele... Ela volta para pegar o controle do portão e o encontra com a mão no telefone! Para quem estaria ele ligando e por que esperou a saída da esposa? A neurose piorando a cada minuto dia adentro, inevitavelmente sua vida pregressa com o marido se transforma numa fraude. Seu silêncio (do marido) deixa de ser mau-humor e passa a omissão. Uma omissão que esconde os sumiços e os encobre. De repente algu

Filho na ótica de mãe babona.

Não dá né gente é muito fofo, eu não aguento, eu não aguento, eu não aguento!