Uma palavra sobre as ONGs

Uma ONG é uma associação do terceiro sector, da sociedade civil, que se declara com finalidades públicas e sem fins lucrativos, que desenvolve ações em diferentes áreas e que, geralmente, mobilizam a opinião pública e o apoio da população para modificar determinados aspectos da sociedade. Bonita a definição da Wikipédia, nas frases anteriores, mas o que eu acho é que funciona de verdade. Hoje, no trabalho, um colega me mostrou uma agenda cultural com dezenas de eventos promovidos nas periferias de uma grande cidade. Envolvem música, teatro, literatura, entre outras atividades, mas são tantas, e tão variadas que creio que o número de crianças tiradas das ruas vai superar o número de crianças recrutadas pelo tráfico sendo que essa concorrência é desleal, pois a ONG nem sempre oferece retorno financeiro para essa criança, que não raro, é arrimo de família. Fiquei encantada com a quantidade de eventos e a variedade, é um verdadeiro renascimento. Em 2007, a Veja São Paulo publicou uma reportagem que informava a quantidade de 61.500 crianças atendidas em ONGs. É muita criança, uma vez que as ONGs não existem para substituir o papel do estado, essencialmente. É um absurdo ver o poder público encaminhando crianças para serem atendidas em ONGs, para mim, é uma lógica perversa. Em 2004, uma coordenadora gaúcha da defensoria pública reclamou, em entrevista no jornal "O Correio do Povo" que não tinha ONGs suficientes para atender a todos os casos de crianças na rua. Hoje a ação do Terceiro Setor avançou muito, mas não é suficiente. Apenas em S.Paulo, há uma fila de quase cem mil crianças de 0 a 3 anos aguardando uma vaga na creche. Parabéns para os profissionais que trabalham no terceiro setor, nem sempre remunerados e para o governo, que vergonha! Alguns teóricos da área da educação já iniciaram as críticas à omissão do governo, que se aproveita do excelente trabalho das ONGs para ausentar-se paulatinamente do seu papel social. Essa bandeira vai ser defendida por quem? Novamente, nós mulheres deveríamos perseverar na cobrança de creches e escolas públicas de qualidade que tirem nossos filhos do ócio SEM atirá-los precocemente ao trabalho.

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