Xaxeila

Estou ansiosa com o que será o meu dia ou semana que começa amanhã! Como a semana passada foi uma viagem a pé de São Tiago de Compostela a Roma, estou com medo da próxima... Vinte léguas submarinas? Passei o fim de semana muito maaaal. Não fiz absolutamente nada... Lá por volta das dez da manhã tive um pico de ânimo e pedi para o Reis me levar ao Museu da Língua Portuguesa... A resposta foi não... Um não reticente, inaudível, ainda assim, um não. Meu humor resistiu e resolvemos ir eu e a mãe. Que nada, vinte minutos depois, após o banho, eu já estava de rastro (quer dizer no chão, em brasileiro). Pus o pijama e chorei, chorei, chorei, chorei de raiva de mim, do mundo, do Reis, da minha filha e do meu trabalho, da humanidade, mas a maior raiva era de mim, por estar sentindo esta raiva. Fiquei remoendo os meus probleminhas, com eles, a mãe e o Reis, ficamos remoendo e não chegamos conclusão nenhuma... Meu problema de saúde é crônico e pronto. Me sinto fracassada, eu e o Reis temos brigad

Estão cobrando no trabalho uma produção que eu não posso dar... eu estou me cobrando também. Está um peso alto e meus braços tremem. Ainda bem que não chorei no trabalho! Trago o laudo da médica? Sim. Mando uma carta registrada com AR para o meu gerente e com cópia para o Departamento Pessoal e com cópia para quem quiser. Quando me pressionarem com tarefas que eu não consigo, porque no momento ainda estou debilitada, numa crise depressiva, eu pego o laudo.

Quero começar a minha cura através do trabalho. Saindo para trabalhar todos os dias é uma vitória, e agora estão cobrando desempenho. Eu entendo o lado da empresa, mas eu estou re-adaptada. Não dá para produzir um milhão de dólares por dia, nem cem cruzeiros. Dêem-me papéis para arquivar! Aih não toh conseguindo nem fazer este post, a cabeça tá reticente... Reticente, entendeu? A gente começa a pensar ou dizer uma coisa e depois fica parada, calada. Alguém nos pergunta uma coisa e a gente demora um ano para responder... Ontem foi o niver do C. na empresa. Uma criança/bebê fez cocô no chão perto da mesa dele!! Eu disse que era para dar sorte. O A. pegou um pregador e pôs no nariz! A V. que teve que limpar o carpete... Eu não achei graça nenhuma, mas todo mundo se matou de rir... Eu só ri mesmo do A. com pregador no nariz, figuraça! Bem, como eu ia mesmo dizendo, não estou nada feliz com meu desempenho no trabalho, bem como meu máximo superior hierárquico. A G. e a A. elogiam, mas eu pen

Bem, após ter feito o primeiro post, de desabafo, procurei pesquisar um pouco mais sobre o assunto e encontrei uma lei federal , nº 8112, de 11/12/1990, a qual deixa claro que é proibido, sob pena de detenção de até 2 anos, desmerecer o trabalhador, mesmo por gestos, meias palavras, perseguições, fiscalização excessiva ou qualquer outra atitude que constranja moralmente o trabalhador. Isto anotei e levei para a minha colega de trabalho, superior hierárquica, mostrei a ela. Não quis falar com o grandão, o maiorzinho na hierarquia que fez a pressão. Mas está aqui anotadinho no caderno, caso eu precise mais tarde. Eu temo muito enfrentar conflitos que causem desgaste psicológico, mais ainda que o caco de pessoa que eu estou. Então decidi não pensar nisso o tempo todo, mas ficar sempre atenta aos sinais, para não me machucar no trabalho. Se eu precisar me afastar do trabalho, o que eu não quero, vou procurar um trabalho voluntário, para não ficar em casa, sem rotina e sem rumo...

Este assunto sempre me interessou, mas agora que está acontecendo comigo, passou a me interessar... como podemos nós trabalhadores nos proteger dos ataques morais da empresa? Ouvi falar na imprensa apenas de um caso em que o trabalhador foi indenizado. Não foi bem assim uma empreeeeeeeesa, mas um bar. O dono do bar teria xingado o funcionário durante muitos anos. O funcionário, após a demissão, ganhou na justiça uma pequena indenização. Mas, veja bem, nunca mais ouvi falar sobre esse assunto. O meu caso foi muito grave, quem acompanha este diário virtual sabe que eu sou portadora de um grave distúrbio emocional, chamado transtorno bipolar do humor. Ontem o meu chefe J. mandou-me entrar de licença e internar-me num hospital psiquiátrico. Entre meias palavras, é óbvio. Estou perdida e sem chão. Vou para o meu trabalho quase normalmente, afinal, a médica deu-me alta(em casos psiquiátricos como o meu, a palavra correta é remissão). Estou trabalhando, a G. e a A. dizem que estou indo muito

Ontem a M. que está grávida de 6 meses pediu-me ajuda. Acabou de se mudar e estava ás voltas com problema de limpeza e caixas e mais caixas. Eu bem que tentei não atrapalhar, levando a comida, mas não se se deu muito certo porque... O marido dela, que chegou depois, disse que quando for assim, é mais eficiente pedir ao delivery... Pelo menos o L. ajudou. Passei também o número da faxineira, ehr, espero que também ajude. Eu não me sinto realmente uma pessoa útil. Sinto-me um peso para a sociedade e para os que me rodeiam, certamente. E não me mato porque preciso ser uma figura decorativa para os meus filhos e marido e meus pais. Se eu não tivesse ninguém eu me mataria. Ontem também a mãe assegurou-me que após a morte, viramos pó e não iríamos ou saberíamos de nada. Viu, no Eclesiastes, da Bíblia, também diz que os mortos nada sabem. No ocultismo descobri um tal de Samael que diz que não temos espírito pois somos animais homúnculos que mal raciocinamos direito. Estive pensando também sob

Sete de setembro. Todo o ano em todas as cidades brasileiras ocorre um lindo desfile. Emocionante, pois o nosso coração sempre pula, tocado pela pertencença a uma nação. Apesar dos pesares, estas comemorações reacendem uma esperançazinha de que o nosso povo é capaz de construir uma democracia, de manter uma civilidade e uma cultura ímpares. Um arroz com feijão aqui, um jeitinho ali, acolá é um samba. Há símbolos muito expressivos, como as pessoas famosas (Pelé, Xuxa, Didi, Airton Senna...); lugares (Pão de Acúcar, Cristo Redentor, praias nordestinas) que atraem pessoas de outros países para visitas e acabam ficando. O nosso povo é hospitaleiro, muito hospitaleiro, e ás vezes exageradamente hospitaleiro, vide prostituição infantil... Há símbolos formais, Bandeira Nacional, Hino Nacional Brasileiro, Brasão da República. Há fofocas infundadas: capital do Brasil é o Rio de Janeiro/Buenos Aires(?!). Há fofocas bem fundamentadas: o brasileiro é "esperto", a mulher brasileira é boa