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Transtorno Bipolar e os amigos.

Você chega no trabalho depois de muito tempo afastada por uma fase depressiva do transtorno. Beija e abraça todo mundo e fica com aquele olhar distante. Não se lembrará de nada, afinal são dois meses de afastamento. Todo mundo está naquela pressão para terminar as tarefas, afinal, é 26/06/2009. Final de semestre. O clima está tenso. Você está bem devagar e este antagonismo te atira em uma outra dimensão psicológica. Você está bem, muito bem. Acabou de voltar para o trabalho e sabe como foi penoso conquistar este primeiro dia, afinal, teve que tomar banho. Passou por uma perícia com o INSS. O perito te olhou como se você fosse o pior fraudador do INSS, devido ao fato de as doenças mentais serem as mais fáceis de simular. Então você é um vencedor!! Aí seus amigos do trabalho te olham com pena e te tratam como se você fosse de cristal. O que você faz? O que você faria? Como se sentiria? Você abre a agenda e ela está com dois meses de páginas em branco. Um hiato na sua vida profissional. H

Eu só quero olhar para o meu filho...

Você nem parece um cunhado, parece mais um amigo, que bom ter um cunhado assim, continue assim, viu, não muda não... Sabia que eu só descobri que saio do corpo porque você me explicou o lance de olhar para as mãos? As mãos pareciam cachoeira... Comecei a fazer um bocado de experiências no mundo extrafísico. Seja bem feliz, aproveite a nova idade, blá, blá, blá. Obrigada por fazer a minha irmã e sobrinhas felizes. Chega! Ontem foi horrível aqui em casa. Marido não pediu desculpas por gritar comigo e eu não estou cansada, estou fatigada. Não tinha lá aquela energia para entrar num relacionamento, mas nem tenho agora para sair, vai ficando, ficando. Quero meu filho comigo, rápido. Estou pensando em uma maneira. Marido tem uma depressão profunda, semelhante atrai semelhante. Nos conhecemos em uma crise depressiva (minha, penso) e engravidei numa crise de euforia (minha). Agora que estou fazendo tratamento e me recuperando, encontrei marido um dia desses catatônico no sofá. Eu falava com el

Quatro Super Desafios para mim...

Às vezes eu desanimo com o astral devido à enormidade de conteúdo que eu vou ter que aprender. Mas sair do corpo conscientemente a primeira vez é como atravessar um terreno através de uma fenda, e essa fenda se afasta rapidamente do terreno onde você pisou. Você quer voltar para aquele querido terreno conhecido, seguro, mas ele vai inexoravelmente se afastando... cada vez mais... Você está na beira do abismo que se abriu entre os terrenos e a sua única escolha é... aprender a andar naquele terreno novo. Não dá pra fingir que você está sonhando... Entendeu... É uma coisa inevitável. De cara, me deparei com quatro superdesafios. 1. Respeitar os outros . Tem gente em desdobramento que não quer saber que está em desdobramento. Outros não querem conversa. Ninguém se torna anjo porque está fora do físico. 2. Diferençar formas-pensamento de outras pessoas . Algumas pessoas não são pessoas. São minhas criações mentais. O último método que usei foi absolutamente inadequado. Primeiro meti três d

Aglomerações podem ser perigosas nestes tempos de H1N1...

Mas para os suicidas pode ser uma delícia... E uma surpresa!!! Imagine, que delícia, chegar ao Shopping, tem vaga para estacionar... Tudo fica mais sem filas... Principalmente quando todo mundo está em casa, tremendo de medo do vírus H1N1. Torcendo para pegar o vírus. Não é torcer, veja bem, é uma coisa assim: "Se eu morrer com essa gripe não seria suicídio, seria?" Então vou ao cinema, ao shopping, viajo de trem lotado, coisas normais, todo mundo que precisa mesmo também faz estas coisas... Principalmente o trem lotado... Tenho vergonha de admitir que quero morrer, não quero me matar, apenas morrer. Nem a psicóloga sabe, tadinha, ela ficou tão feliz porque eu passei batom, arrumei o cabelo, [não tomei banho, mas com um perfuminho, ninguém notou, eu acho] também saí de casa com marido e filho, foi divertido, mas com aquela coisa, aquela sensação indefinível de que eu não estou MUITO ali, como explicar isso, como se eu fosse uma observadora de mim mesma, uma personagem num fil

Desafios de ser mãe...

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Hoje fui ao quarto de minha filha A., para perguntar se ela também queria ir conosco almoçar na vovó (dela). Bati na porta sem resposta e quando abri a porta, esperando encontrá-la dormindo até tarde, como é costumeiro, encontro a cama vazia... "A!" O cérebro racional morreu e aflorou o réptil. Me joguei à cama dela e abracei o vazio. O desespero tomou conta do meu coração. Esbaforida, liguei para o celular dela... Desligado. Outra vez... Caixa Postal... Fui à gavetinha do desespero.[ a gavetinha do desespero é o nome completo e telefone de todos os que estão junto com ela no momento em que saiu]. Peguei o telefone que eu não sabia de quem era, ele fica ali somente em caso de desespero, por isso é que é gaveta do desespero. Liguei para o celular que estava ali. O celular tocou, tocou, tocou, tocou. Liguei para o número dela de novo... Nada... Voltei a ligar para o tal de J. O telefone deu ocupado. Então, tendo falhado o plano de segurança da gavetinha do desespero, comecei a

Que sorte!

Quando me acontece alguma coisa minimamente legal, como encontrar uma vaga para estacionar no shopping center eu sempre exclamo:"Que sorte!" Para minha surpresa e aprendizagem, o número de que-sortes que tenho exclamado está aumentando dia à dia. Eu não acredito muito em feitiços e nem em bruxarias e portanto cheguei a várias e profundas dúvidas existenciais: Quando exclamamos que-sorte a sorte é atraída para nós? Ou quando falamos isso começamos apenas a notar as pequenas sortes que temos dia à dia e não tínhamos visto antes? Será que se pararmos para pensar que desde que levantamos até a hora em que nos deitamos cada minuto vivido é um milagre que não tínhamos valorizado? Será que é tão natural e óbvio assim estarmos encarnados? Será que tivemos que enfrentar uma longa fila de inscritos para podermos encarnar? E o fato de respirarmos a cada minuto, será que é uma permissão a mais? Quantas dúvidas! Tudo por causa de uma única vaga de estacionamento no shopping!

Uma criança índigo...

No meu trabalho tem muitos estagiários, e há um que tem a voz fina, parecida com a voz de uma mulher. Por acaso, no dia catorze, almoçamos no mesmo horário, na copa. No dia em que reclamou da falta de atendimento no ambulatório do posto de saúde, conversamos sobre o que o levou a buscar atendimento, que é um nó na garganta que o impede de engolir os alimentos. Perguntei se ele é da geração pós noventa, ao que a resposta foi positivo, arrisquei-me a informá-lo de que provavelmente ele seria uma criança índigo. "Criança índigo?? O que é isso???" Descrevi com detalhes como era a personalidade de uma criança índigo e o motivo do desconforto na garganta. "Exatamente isso o que acontece comigo!!! Sou uma criança índigo!!!" Ficou feliz em crer na possibilidade de não estar doente, eu arrisquei a estimulá-lo em dizer o que o incomodava para a pessoa que havia gerado o desconforto, de forma polida... Horas depois pediu-me que escrevesse em um papel recado o nome da geração: