continuação de uma estória.
Esta é uma continuação da estória de 18/05:
Fui ao trabalho normalmente. Marido ligou dizendo para eu ir para a estação de trem. A princípio estranhei, eu estava supermal, achei que seria melhor me pegar aqui na porta do trabalho. Como eu estava treinando confiar e deixar que o outro cuide da situação, não disse a ele que eu achava que não ia dar tempo. Confiei que ele estaria lá na porta da estação me esperando. Do contrário, pediu-me para ligar da estação quando chegasse. Havia uma estação mais próxima da psicóloga e eu até sugeri mas então ele perguntou se eu queria ir a pé. Quinze minutos... Com aquele sapato social mais cinto minutos... Quando eu chegasse lá a pé a psicóloga ia estar na terceira sessão depois da minha... Caros amigos... A velocidade de uma pessoa deprimida com salto alto é muito próxima de zero, kkkk. Bem, disse a ele se ele podia me pegar na estação mais próxima à psicóloga, ele me perguntou como fazer isso e eu fiquei com muita preguiça de explicar a um Marido como pegar uma esposa numa estação de trem, muita, muita preguiiça. Então, eu o deixei controlar toda a situação. Eu também disse a ele que não teria como ligar, eu estava sem crédito no celular, sem cartão de telefone, sem dinheiro para comprar cartão de telefone. Marido disse: "Ligue a cobrar", eu disse: "não ligo a cobrar". Pronto ficou essa conversa assim sem fim. Vamos então, deu a hora de ir, fui, andei como uma lesma me arrastando até a estação de trem, as pessoas passavam por mim, pareciam assim bólidos humanos, alguns se irritavam comigo na frente e se desviavam. Mas estes tudo bem porque eram homens. Homens sempre andam mais rápido mesmo. O trem veio rápido mas, que azar! - veio bem cheio mesmo. (Que azar, kkkkkk, que azar, kkkk, não sei se eu ganho na loteria ou se eu pego esse trem vazio, acho que pela probabilidade vou escolher jogar, kkkkkk.) Meus pés me matavam. Pensei: "Por que marido não veio me buscar na porta? Será que não entende o sacrifício que é esse trem lotado com salto alto?" Trem lotado+salto alto = bolhas e vermelhidão nos pés. Depressão+ausência de terapia=impulso de s.*icídi$. (tem criança que lê esse blogue, não dá pra ser muito explícita, é por isso [poriço - kkkk teve uma redação na FUVEST que tinha poriço significando por isso, eu gostei muito, poriço, poriço, poriço, kkkkkkk. ] que eu uso estes códigos.) Cinco horas... Ainda aqui! Toca o celular (telemóvel).
-Oi, Moooori, tudo bem?
-Tô! Onde estás?
- Estação *!*.
- Oquei. tum.tum.tum.tum.tum.
"Então tá. Acho que ele vai calcular mais ou menos o tempo de viagem e me esperar na estação. Não falou nada nem eu mas parece razoável. Acho que vou chegar uns quinze minutos atrasada, mas meia hora de sessão é melhor que nada." - pensei. Cheguei na estação na hora mesmo em que iria começar a sessão. Que agonia, bem que Marido poderia ter me esperado no trabalho seria bem mais rápido e eu não perderia a sessão. Ao chegar na rua pânico total. Cadê o Marido? Cadê Meu Deus?!! Barulho de zumbido e buzina total acho que se ele chegasse naquele minuto eu não veria porque os flashes de luz e sombras passavam nos meus olhos e eu ora ouvia e via e ora ficava cega e surda. Pânico. Ai, Jesus, ele está me esperando ligar! Está me esperando ligar mesmo. Que anta! Não não é anta é Marido. Vou confiar. Está me esperando ligar. Vou confiar, ele tem a situação sob controle. Abro a carteira em busca de um dinheirinho, acho que naquela barraquinha tem cartão de telefone eu vou comprar. Cadê o dinheiro? Socooooorroooo! Nenhum tostão! Amigos, aqui cabe uma explicação. Nós deprimidos, nos desorganizamos totalmente. E isto nos deixa piores. Quanto pior, pior, quando melhor, melhor (citando o Doutor Tabajara Dias de Andrade em conversa informal). A gente deixa de pagar as contas, é um horror. Precisamos de ajuda para coisas mínimas, tirar dinheiro, trabalhar, vestir-se, escovar os dentes. Parece inacreditável, mas é a PURA, PURA REALIDADE. Que o diga a minha filha A., que volta e meia está a pentear o meu cabelo. Confiar... confiar, ele disse que me levaria à sessão, ele tem o controle da situação eu tô mal, ele vai entender que eu não tive como ligar, ele vai estranhar a demora, ele vai ligar. Que interessantes estes transeuntes (pessoas que passam na rua - transeuntes)! Menina gritando para a outra chamando para brigar, eu sorrio... Olha uns homens estão falando sobre mim em código: quer milho? A galinha tá botando ovo? Se alguém puder explicar o que é... Não me interessa o que eles pensam, é normal, pensam cada coisa que não tem nada a ver. Que a Terra é quadrada, que pisaram na Lua, que não pisaram, kkk. Meus pés ainda estão na mesma situação. Nada de marido chegar ou telefonar. 17 h30min. Agora f. Se ele chegar agora vou chegar depois do fim da sessão. Pânico, desespero, vontade de morrer, de chorar, já que não dá pra ir à sessão e Marido não vem nem telefona, acho que vou a pé. Ai, a chave da casa está junto com a chave do carro, o carro está com Marido, mesmo se eu for a pé não vou conseguir nem entrar em casa. Me deixei totalmente no controle de Marido e agora estou em pé a quinze minutos em frente a esta barraquinha de churrasco. Os homens falando do milho ainda não pararam. Pensam que eu não percebi que estão falando de mim em código e continuam a cantilena:
- Vai pegar o saco de milho agora ou mais tarde?
Só que depois de esperar o Marido com os pés pegando fogo (metáfora) esta brincadeirinha dos homens já estão começando a irritar.
17h44min. Agora sim Marido telefona. Agora porém já não atendo Mooooooooori!
- Por que você não esperou na estação?
- Estava esperando você ligar. Não te falei para ligar?
- Falou, mas depois de você ter me ligado pensei que você ia calcular o tempo da viagem e estar aqui me esperando. Agora eu perdi a consulta, o horário vai terminar daqui a 15 minutos. Não vai mais dar tempo.
-A que horas é a consulta? (esta pergunta irritou-me sobremaneira, pois eu não entendo como alguém tem um compromisso e não sabe o horário)
- É cinco e quinze.
- Ai! A consulta não é as seis? - e esta pergunta ele fez muito irritado - Cada dia a sua sessão é um horário?
Meeeeu, que ódio, eu deixei o outro controlar a situação e me f... fiquei sem a minha sessão e faltei no dia seguinte, também tive crise de suicídio, e choro, que óooooódio! No fim de tudo eu que tive que resolver como sempre... É por isso que eu não conto com Marido, porque toda vez que eu conto é sempre para alguma coisa super importante e urgente e ele sempre, sempre me deixa NA MÃO. Ai que legal, ele odeia mulher independente. Gosta de cuidar das coisas como antigamente, MACHÃO. Não era assim tão difícil me levar na sessão. O resultado de tudo é que se eu deixá-lo no mando da situação eu vou acabar no manicômio ou no hospital, com os pulsos todos costurados.
Estou muito chateada com ele, muito mesmo. Estou chateada co-mi-go por ter contado com outra pessoa para me ajudar. Eu quero confiar nos outros mas não DÁ, NÃO DÁ, eles dão para trás e me deixam prejudicada no meu tratamento. A Dra. C. teve que vir aqui no dia seguinte, fora da sessão para socorrer no surto de sui$¨&dfo. (Urros)
Naquele dia, cheguei em casa ás 18 horas, pois, após o desagradável telefonema em que finalmente eu pude informá-lo de que eu estava atrasada e de pé na estação há mais de meia hora, ainda esperei ser buscada. Ser buscada. Estranho... Ser buscada, ao invés de ir... Ao invés de buscar... Não sei se eu vou acostumar-me a esperar na estação. Meu estilo é mais ir atrás buscar, lutar pelo meu tratamento... Mas quando eu estou muito mal eu preciso de ajuda. Pode ser o táxi, não tem problema. Mas tem que ser uma coisa que realmente funcione. Marido não funcionou. E a culpa foi minha. Na discussão que se seguiu no carro, no caminho da estação até a casa, a culpa foi minha, ainda. Ouvi gritos. Ouvi que eu disse que tinha cartão de telefone. Não ouvi um pedido de desculpas por ter confiado nele. Não ouvi um pedido de desculpas por eu ter perdido a sessão. Ele tem mesmo toda a razão em dizer que a culpa foi minha de não ter ido à sessão. Da próxima vez, me lembrarei bem disso e vou com outra pessoa ou de táxi.
Fui ao trabalho normalmente. Marido ligou dizendo para eu ir para a estação de trem. A princípio estranhei, eu estava supermal, achei que seria melhor me pegar aqui na porta do trabalho. Como eu estava treinando confiar e deixar que o outro cuide da situação, não disse a ele que eu achava que não ia dar tempo. Confiei que ele estaria lá na porta da estação me esperando. Do contrário, pediu-me para ligar da estação quando chegasse. Havia uma estação mais próxima da psicóloga e eu até sugeri mas então ele perguntou se eu queria ir a pé. Quinze minutos... Com aquele sapato social mais cinto minutos... Quando eu chegasse lá a pé a psicóloga ia estar na terceira sessão depois da minha... Caros amigos... A velocidade de uma pessoa deprimida com salto alto é muito próxima de zero, kkkk. Bem, disse a ele se ele podia me pegar na estação mais próxima à psicóloga, ele me perguntou como fazer isso e eu fiquei com muita preguiça de explicar a um Marido como pegar uma esposa numa estação de trem, muita, muita preguiiça. Então, eu o deixei controlar toda a situação. Eu também disse a ele que não teria como ligar, eu estava sem crédito no celular, sem cartão de telefone, sem dinheiro para comprar cartão de telefone. Marido disse: "Ligue a cobrar", eu disse: "não ligo a cobrar". Pronto ficou essa conversa assim sem fim. Vamos então, deu a hora de ir, fui, andei como uma lesma me arrastando até a estação de trem, as pessoas passavam por mim, pareciam assim bólidos humanos, alguns se irritavam comigo na frente e se desviavam. Mas estes tudo bem porque eram homens. Homens sempre andam mais rápido mesmo. O trem veio rápido mas, que azar! - veio bem cheio mesmo. (Que azar, kkkkkk, que azar, kkkk, não sei se eu ganho na loteria ou se eu pego esse trem vazio, acho que pela probabilidade vou escolher jogar, kkkkkk.) Meus pés me matavam. Pensei: "Por que marido não veio me buscar na porta? Será que não entende o sacrifício que é esse trem lotado com salto alto?" Trem lotado+salto alto = bolhas e vermelhidão nos pés. Depressão+ausência de terapia=impulso de s.*icídi$. (tem criança que lê esse blogue, não dá pra ser muito explícita, é por isso [poriço - kkkk teve uma redação na FUVEST que tinha poriço significando por isso, eu gostei muito, poriço, poriço, poriço, kkkkkkk. ] que eu uso estes códigos.) Cinco horas... Ainda aqui! Toca o celular (telemóvel).
-Oi, Moooori, tudo bem?
-Tô! Onde estás?
- Estação *!*.
- Oquei. tum.tum.tum.tum.tum.
"Então tá. Acho que ele vai calcular mais ou menos o tempo de viagem e me esperar na estação. Não falou nada nem eu mas parece razoável. Acho que vou chegar uns quinze minutos atrasada, mas meia hora de sessão é melhor que nada." - pensei. Cheguei na estação na hora mesmo em que iria começar a sessão. Que agonia, bem que Marido poderia ter me esperado no trabalho seria bem mais rápido e eu não perderia a sessão. Ao chegar na rua pânico total. Cadê o Marido? Cadê Meu Deus?!! Barulho de zumbido e buzina total acho que se ele chegasse naquele minuto eu não veria porque os flashes de luz e sombras passavam nos meus olhos e eu ora ouvia e via e ora ficava cega e surda. Pânico. Ai, Jesus, ele está me esperando ligar! Está me esperando ligar mesmo. Que anta! Não não é anta é Marido. Vou confiar. Está me esperando ligar. Vou confiar, ele tem a situação sob controle. Abro a carteira em busca de um dinheirinho, acho que naquela barraquinha tem cartão de telefone eu vou comprar. Cadê o dinheiro? Socooooorroooo! Nenhum tostão! Amigos, aqui cabe uma explicação. Nós deprimidos, nos desorganizamos totalmente. E isto nos deixa piores. Quanto pior, pior, quando melhor, melhor (citando o Doutor Tabajara Dias de Andrade em conversa informal). A gente deixa de pagar as contas, é um horror. Precisamos de ajuda para coisas mínimas, tirar dinheiro, trabalhar, vestir-se, escovar os dentes. Parece inacreditável, mas é a PURA, PURA REALIDADE. Que o diga a minha filha A., que volta e meia está a pentear o meu cabelo. Confiar... confiar, ele disse que me levaria à sessão, ele tem o controle da situação eu tô mal, ele vai entender que eu não tive como ligar, ele vai estranhar a demora, ele vai ligar. Que interessantes estes transeuntes (pessoas que passam na rua - transeuntes)! Menina gritando para a outra chamando para brigar, eu sorrio... Olha uns homens estão falando sobre mim em código: quer milho? A galinha tá botando ovo? Se alguém puder explicar o que é... Não me interessa o que eles pensam, é normal, pensam cada coisa que não tem nada a ver. Que a Terra é quadrada, que pisaram na Lua, que não pisaram, kkk. Meus pés ainda estão na mesma situação. Nada de marido chegar ou telefonar. 17 h30min. Agora f. Se ele chegar agora vou chegar depois do fim da sessão. Pânico, desespero, vontade de morrer, de chorar, já que não dá pra ir à sessão e Marido não vem nem telefona, acho que vou a pé. Ai, a chave da casa está junto com a chave do carro, o carro está com Marido, mesmo se eu for a pé não vou conseguir nem entrar em casa. Me deixei totalmente no controle de Marido e agora estou em pé a quinze minutos em frente a esta barraquinha de churrasco. Os homens falando do milho ainda não pararam. Pensam que eu não percebi que estão falando de mim em código e continuam a cantilena:
- Vai pegar o saco de milho agora ou mais tarde?
Só que depois de esperar o Marido com os pés pegando fogo (metáfora) esta brincadeirinha dos homens já estão começando a irritar.
17h44min. Agora sim Marido telefona. Agora porém já não atendo Mooooooooori!
- Por que você não esperou na estação?
- Estava esperando você ligar. Não te falei para ligar?
- Falou, mas depois de você ter me ligado pensei que você ia calcular o tempo da viagem e estar aqui me esperando. Agora eu perdi a consulta, o horário vai terminar daqui a 15 minutos. Não vai mais dar tempo.
-A que horas é a consulta? (esta pergunta irritou-me sobremaneira, pois eu não entendo como alguém tem um compromisso e não sabe o horário)
- É cinco e quinze.
- Ai! A consulta não é as seis? - e esta pergunta ele fez muito irritado - Cada dia a sua sessão é um horário?
Meeeeu, que ódio, eu deixei o outro controlar a situação e me f... fiquei sem a minha sessão e faltei no dia seguinte, também tive crise de suicídio, e choro, que óooooódio! No fim de tudo eu que tive que resolver como sempre... É por isso que eu não conto com Marido, porque toda vez que eu conto é sempre para alguma coisa super importante e urgente e ele sempre, sempre me deixa NA MÃO. Ai que legal, ele odeia mulher independente. Gosta de cuidar das coisas como antigamente, MACHÃO. Não era assim tão difícil me levar na sessão. O resultado de tudo é que se eu deixá-lo no mando da situação eu vou acabar no manicômio ou no hospital, com os pulsos todos costurados.
Estou muito chateada com ele, muito mesmo. Estou chateada co-mi-go por ter contado com outra pessoa para me ajudar. Eu quero confiar nos outros mas não DÁ, NÃO DÁ, eles dão para trás e me deixam prejudicada no meu tratamento. A Dra. C. teve que vir aqui no dia seguinte, fora da sessão para socorrer no surto de sui$¨&dfo. (Urros)
Naquele dia, cheguei em casa ás 18 horas, pois, após o desagradável telefonema em que finalmente eu pude informá-lo de que eu estava atrasada e de pé na estação há mais de meia hora, ainda esperei ser buscada. Ser buscada. Estranho... Ser buscada, ao invés de ir... Ao invés de buscar... Não sei se eu vou acostumar-me a esperar na estação. Meu estilo é mais ir atrás buscar, lutar pelo meu tratamento... Mas quando eu estou muito mal eu preciso de ajuda. Pode ser o táxi, não tem problema. Mas tem que ser uma coisa que realmente funcione. Marido não funcionou. E a culpa foi minha. Na discussão que se seguiu no carro, no caminho da estação até a casa, a culpa foi minha, ainda. Ouvi gritos. Ouvi que eu disse que tinha cartão de telefone. Não ouvi um pedido de desculpas por ter confiado nele. Não ouvi um pedido de desculpas por eu ter perdido a sessão. Ele tem mesmo toda a razão em dizer que a culpa foi minha de não ter ido à sessão. Da próxima vez, me lembrarei bem disso e vou com outra pessoa ou de táxi.
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