Brigando com a tristeza...

Ela chegou, entrou. Sentou-se no sofá, sem ser convidada. Eu a expulsei, mas ela continuou lá. Marido não estava com ela, mas briguei com Marido, jogando a culpa nele. Não adiantou, ela, ficou ali, teimando. Tentei convencê-la a ir embora, usando minhas técnicas de pensamento positivo. Ela apenas riu. Fui para a cama, mas ela deitou-se ao meu lado e exaria aquele cheiro de fracasso. Esfreguei-me com raiva, no chuveiro, e o cheiro penetrava nos poros, e eu comecei a ser inteira triste. Fui ao trabalho, mas ela ficou espreitando em casa. Quando cheguei ela me esperava, ansiosa. Fiz daimoku, mas ela gargalhou. Revoltada, peguei uma faca cega e esfreguei no pulso direito, com diligência... A pele não cedeu, resistente (é sua função afinal). Quanto mais eu esfregava, a dor me impedia. Não sangrou, mas desconfio que ainda que sangrasse, não haveria alívio, há socorro médico, e internação, hoje tem muita organização, há procedimentos, existem precauções e métodos, técnicas e metodologias, ciência e tecnologia, epistemologia e em contradição inexiste sabedoria! Fui chorar quietinha, pois estraguei todos os planos... O dia no shopping, o cinema, as compras, a festa do pijama com as crianças, o desempenho em vendas da minha filha, o descanso dos meus pais e até o concurso público da minha irmã; tudo escorreu pela queda de lágrimas da crise depressiva. Hipomania? Talvez, mas agora não importam os nomes só me aborrecem as consequências e mais um fim de semana da família afetado. Se eu não existisse... Todo mundo teria seus planos concretizados abaixo... a tristeza venceu, aparecendo não sei de onde, invadindo, atrasando os compromissos. Seu ao menos eu não tivesse nascido ou não existisse... Não posso nem morrer, para deixar todos tristes. Mesmo agora estou chorando, pois a depressão chega e não pede licença, eu estava no parque, e não tinha energia para andar, interessante, para onde escoou minha energia? Seria mais uma tese interessante, e ainda assim inútil, todo o conhecimento é inútil para esta doença. Viram o sofrimento de Van Gogh? Mas eu não vi muito avanço hoje em dia... Já dei tanta força para outros nesse blogue e não sinto hoje exatamente progresso algum, estou muito sem energia e fracassada, mesmo sabendo "cientificamente", que tudo não passa de mais uma "crise".

Comentários

Unknown disse…
Xaxeila! Meus amigos que sofrem de depressão dizem que as crises chegam sem avisar e não querem sair.
A depressão deve ser uma ininmiga invisível que não quer deixar sua hospedeira em paz.
Gostaria de ter uma vara mágica para afastar esta visita indesejável de ti e te fazer sorrir. Não te preocupas com os outros, pensas em ti, na tua saúde e nesta tua inimiga virtual que não quer te deixar em paz.
Querida amiga, rezo para que os amigos espirituais te protejam e fiquem sempre ao teu lado.
Beijos no teu coração.
Ykhro disse…
Um jeito de não sermos conscientes do mal e do bem a um só tempo... simultaneamente... nesses instantes esse jeito simplesmente não existe. É preciso apegarmo-nos àquilo que sabemos ser nossa individualidade (essa identidade cintila nos olhos da criança amada, filho/filha de nosso desejo de ser canal de Deus e expressá-Lo). Ainda acredito mais em você do que nessa "inteligência" que te toma as energias.
Anônimo disse…
Pelo menos tenho bons amigos virtuais que entendem! Obrigada pela força gente!

Xaxeila
Anônimo disse…
Te desejo força! E a propósito: você escreve muito bem. Use isso nas horas que estiver pra baixo.

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