Milagres acontecendo em várias religiões...

Ouço relatos de pessoas desenganadas que se curam milagrosamente... Fui criada na tradição católica mas meu pai virou adventista do sétimo dia. Meu pai diz que os milagres de sua Igreja é que valem, os das outras religiões foram realizados pelos "demônios" para enganar os fiéis e lhes desencaminhar da única religião que salva, a Adventista. Em tempos em que a vontade global é a tolerância e o ecumenismo, acabo ouvindo ocasionalmente a seguinte frase: "Páre de tomar esses remédios, o único Salvador é Cristo." Sim, Cristo salva, é por isso que permitiu a existência da medicina. Isso me lembra a piada do fanático que estava quase morrendo afogado, mas negava a ajuda dos barcos que ofereciam a salvação dizendo que só Cristo salva! Morreu afogadíssimo e ao chegar ao Céu reclamou com Deus, que respondeu: "Fui eu que te mandei os barcos para te ajudar!" Acho que os barcos são as religiões do mundo, Deus não está muito preocupado em qual barco você sobe. Por isso estou propensa a abandonar o catolicismo e tornar-me budista. Meu único senão com o budismo é a proteção quente e presente de Nossa Senhora, não consigo negar-lhe a existência. Eu digo: "Minha Nossa Senhora, me ajude!" E, imediatamente, o telefone toca! Eu lhe peço conforto nas horas extremas, e obtenho no momento seguinte. Ela é muito poderosa no Céu, e possui muitos trabalhadores espirituais a sua disposição, eu não sei se são anjos ou espíritos desencarnados, é uma equipe eficaz. Devem haver milhares de pessoas que a chamam, como eu fiz, relatando igualmente os milagres que lhe aconteceram... O ceticismo da minha formação superior argumenta, diz que é coincidência, ilusão, caos, probabilidade, possibilidade, fé cega, milhares de explicações lógicas. Eu fico confusa, não consigo decidir por nada, deprimo, choro e, extenuada, procuro minha mãe celestial, porque a imagem da Deusa-mãe é tão facilmente assimilável em qualquer cultura! Todo ser vivente já dependeu de uma mãe que tudo lhe proviu por alguns meses na época gestacional... Pensa que é fácil cortar este cordão umbilical simbólico? Por um outro lado, tenho uma quase certeza que isso significaria CRESCER! Sim, pois já fui separada da mãe quando nasci! Praticar o budismo, uma religião que assume a nossa responsabilidade no destino. Ser dona do destino, fazer daimoku para reunir as energias do Universo a meu favor e lutar com minhas mãos em obter o próprio sucesso, resolver meus problemas com uma postura autônoma, e deixar o Céu em paz com suas estrelas e cometas... Como é difícil e doloroso crescer! Abandonar o passado que estava tão confortável. Entender um novo paradigma de um mundo em que o tempo-espaço é um estado de vida? Como assim minha postura mental influi nas circunstâncias externas? Como um único segundo de iluminação contém 3.000 existências? Já concluí que não será com o lado esquerdo do cérebro que o paradigma budista de explicação do mundo será absorvido pela mente... Este questionamento do que seria a origem e o sentido da vida está me deixando com labirintite...

Comentários

Ykhro disse…
Todas essas são conclusões (coincidência, ilusão, caos, probabilidade, possibilidade, fé cega)...
... Conclusões que sempre nascem de um observador por trás delas, um ser vivente, a partir do seu observatório “individualissimamente” estabelecido e que depois se torna academicamente defensável e honorificamente elogiável no altar do intelecto de mais uma crença coletiva (“científica”, claro).
Crença coletiva, sim, porque crer em última análise é admitir. E este último exercício somente é possível depois que o observador selecionou, mas via de regra isso fez intelectualmente – apenas. Pois, nesse caso, o “sentir” acompanha, mas é mero artifício de acomodação lógica.
Ficar à mercê da acomodação lógica foi o que os grandes gênios da humanidade NÃO fizeram.
Eu acho mais saudável esse seu senso intuitivo, sem muita preocupação com a moldura religiosa e, se preciso for, com o sacrifício dos postulados meramente defensáveis – mas nem sempre úteis – das análises intelectualistas e que muitas vezes se atacam entre elas próprias.
Onde você chegou até agora, a consequência mais certa (embora não reverenciada pela lógica do intelecto vaidoso)...
A consequência mais certa é a CURA.
Anônimo disse…
É uma coisa individualíssima mesmo, escolher a fé, mas alguns humanos pregam, impõem, catequizam. Mas há que se educar um ser humano, fazer o quê? Depois o ser humano cresce e reforma a cabeça, que nem casa velha, troca as cortinas da mente, para ver, atualiza a fiação, o encanamento, para ser viável...

xaxeila

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