Consequências do surto/susto

Fiquei internada tomando oxigênio, por prevenção de parada respiratória. Dei um susto na minha mãe e familiares. Faltei três dias no trabalho. Estou com dores no abdome e braços. Fiquei com hematomas nos braços. Para meu alívio, ontem na consulta com psiquiatra, descobri que foi um surto psicótico provocado pela oscilação nos medicamentos, ocorrida há 15 dias atrás. Como o reembolso do meu trabalho só cobre genéricos e demorei para encontrá-los, acabei ficando uns três dias sem o estabilizador de humor, o que provocou este surto psicótico. Este exemplo aconteceu comigo, mas estou postando como um aviso para que sigam o tratamento EXATAMENTE como o(a) psiquiatra recomendou, estes remédios não são analgésicos, que tomamos a torto e a direito. São psicotrópicos, que agem em nosso comportamento, vontade e humor. Não INVENTEM. O que ocorreu extamente: uso um antidepressivo, para me tirar da tristeza e dar iniciativa. Uso um estabilizador de humor, para me deixar equilibrada. Conforme fiquei sem o estabilizador de humor e continuei com o antidepressivo, fui atirada em uma fase de EUFORIA, uma fase extremamente perigosa, que exalta o humor. A pessoa fica sem crítica, sem cálculo de risco, se acha a toda poderosa. Por isso eu escalei o edifício, sem medo de cair OU invadir o apartamento da vizinha. Hoje, lúcida, vejo que não estava mesmo em mim mesma, saí de mim e me deixei dominar por qualquer coisa, um surto. Eu pensava: PRECISO IR PARA O TRABALHO, A QUALQUER CUSTO. Alguma coisa dizia: "Você precisa ir para o hospital, tomou muitos comprimidos!" Eu me respondia: SÓ TOMEI VINTE, NÃO SÃO TANTOS ASSIM, NÃO ESTOU SENTINDO NADA. Algo na minha mente me dizia: "Você pode cair dessa sacada, é muito perigoso, é muito alto, se você cair pode se machucar!" Eu respondia para mim mesma: NÃO POSSO FALTAR NO TRABALHO, PRECISO SER NORMAL A QUALQUER PREÇO! Cheguei à sacada da vizinha, ainda nesta discussão, quando descobri que a porta da sacada estava aberta, suspirei aliviada! Pergunte: "Tem alguém aí?" Uma vizinha assustada, respondeu, saindo do banheiro: "Sheila? Como entrou aqui? ""Entrei pela janela, Marido me trancou em casa." Ela respondeu: "Você está respaldada pela lei Maria da Penha, sabes?" Eu disse que sabia, mas expliquei que ele me trancou porque queria me levar para o hospital, porque eu havia tentado me matar com comprimidos, mas que não eram tantos, eram apenas vinte. Ela, com muito tato e inteligência, conversava comigo, tentando me manter consciente, até me fazer concordar em ir ao hospital. Mas quando me levantei levei muitas quedas, porque estava totalmente descoordenada. Notei que poderia realmente ter morrido, se por acaso me sentisse descoordenada, ao descer à sacada. Arrependi-me mais ainda por ter tomado os comprimidos e ao conseguir vomitar no vaso sanitário, senti-me muito aliviada e agradecida à Deus. Minha psiquiatra me passou um sabão e ainda vou voltar a ter duas sessões de terapia por semana, o que eu não concordo, de jeito nenhum, estou tão cansada das sessões de terapia... Minha árvore de Natal está pronta, gostaram? Que ódio, Marido não me ajudou a montá-la, acho que ele não curte esse lance de ficar dando corda para essa data, ele fala que é só comércio. A gente não combina, mas como temos um filho juntos vamos aturando. Não existe amor, tudo é conveniência. [chato isso né, mas temos que acordar, não dá pra ficar esperando o príncipe encantado que vira sapo, não vai rolar nunca]. Fiquei mexida novamente com essa nova possibilidade de ter morrido. A morte é meu meio do céu no mapa astral mas eu pensara que tivesse a ver com o trabalho, que eu ia ser médica legista, investigadora de polícia ou médium psicografista agora não sei.