Redução das sessões de terapia

Que mais pode sonhar uma paciente bipolar? Após redução de medicamentos, que me deixou esperançosa, minha psicóloga e eu pensamos em reduzir as sessões de psicoterapia, mas fizemos isso com muito cautela, pois a primeira tentativa de diminuição resultou em uma grande catástrofe e caí numa grande crise depressiva (outubro/2008). Sendo assim, estou felicíssima. Agora faço uma sessão por semana. Meu tratamento atualmente está assim:

a. Medicamentos: oxcarbazepina - 1800 mg, distribuídos em 600mg de 8 em 8 horas. Cloridrato de sertralina, 100mg, uma dose após almoço.

b. Terapia: UMA sessão por semana.

c. Exercícios físicos

d. Dieta sem álcool, gorduras, com muitas frutas e legumes.

Perguntem se valeu a pena? "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". (Fernando Pessoa, escritor português). E eu lá tinha escolha de ficar pensando se sim ou não. Ou eu suicidava ou fazia o tratamento, essa era a opção. O tratamento iniciou em 2005, com a depressão, que agravou-se em 2006, com uma tentativa de suicídio que acabou por fazer com que a psiquiatra desistisse, tivemos que procurar uma fora do convênio. Começamos com uma grande esperança, mas conforme os resultados demoravam a acontecer, houveram momentos de desânimo e desatino. O investimento de tempo e dinheiro é muito grande, mas já foi maior, bem como o desgaste nos relacionamentos. Sabem, as pessoas próximas não conseguem entender que uma pessoa está doente quando se trata de uma doença invisível. Ainda que seja estranho para mim, constato com surpresa que tenho lutado com todas as forças que consigo encontrar, e mais abismada fico, olhando para os cinco anos que se passaram, que aquelas forças não eram só minhas, porém de uma coisa intangível. Chamem de Deus, Buda, Shivah, o que quiserem. Quando tinha muita vontade de morrer, eu olhava para a imagem de Nsa Senhora de Fátima, chorando e dizia: "Eu não consigo, me ajude por favor!" Alguns segundos depois, minha mãe ligava para perguntar se eu precisava de alguma coisa. Eu aproveitava para dizer que sim, pelo amor de Deus, me ajude a tomar banho! Eu queria entender o porque dessa coisa com o banho. Porque é mais fácil ganhar um milhão de dólares do que tomar um banho? Eu sentia ódio de mim mesma e do meu corpo, ele era o responsável por eu estar viva e passando por aquilo tudo, aquele corpo não merecia cuidados, era um peso para mim mesma. Quantas vezes eu quis ser apenas uma bola de energia, sem corpo para ficar carregando por aí? Em contrapartida, quão intensamente eu devo ter desejado um corpo antes de reencarnar, para cumprir as minhas missões e projetos aqui no Planeta Azul? Às vezes, sinto que fiz uma coisa muito grave em outra vida, e por isso penso que não tenho direito à felicidade. Mas em seguida, lembro-me de uma sessão de terapia espiritual, em que a médium, inspirada, dizia que eu nasci para ser feliz! Eu tinha tanta certeza de que tinha encarnado para "pagar". Afinal, não era nada disso, e provavelmente o meu mal físico provêm do sofrimento de outrem, eu quero dizer que é uma influência externa. Os médiuns não assumidos são influenciados por espíritos ignorantes, que se aproximam pensando que estão sendo inofensivos! Eu oro, oro, oro, e à noite, em minhas viagens astrais, encontro com todos eles, meus guias, meus amigos de outra vida, meus professores e familiares. A respeito de minhas excursões no mundo astral, resolvi criar um outro blog, chamado www.relatoastral.blogspot.com porque aquelas excursões eram tão frequentes que este diário virtual estava se tornando um boletim noturno de VA (viagem astral, para os íntimos) Ontem à noite, vi um casal de amigos negros, mas o que senti foi agonia, pelo jeito deles o assunto a ser resolvido parecia grave. Hoje estou muito bem, não me lembro o que ocorreu, mas tenho a sensação de dever cumprido, somando-se ao fato de ter reduzido uma sessão de terapia, estou LITERALMENTE no paraíso.