Reunir-se com amigos do passado...


Chorei de emoção ao ver uma moça que trabalhou comigo há quinze anos atrás, foi emocionante. Eu voltei no tempo e comecei a me comportar de modo bem infantil, rindo muito como se estivéssemos revivendo aqueles tempos, foi muito divertido, todos senhores e senhoras agindo como adolescentes, falando alto, cantando. Essa foto que eu postei não tem nada a ver comigo, eu não sou assim, mas quando a gente volta a ser criança faz coisas infantis de novo. Não existe tempo quando podemos recriá-lo e a passagem do tempo, conforme a teoria da relatividade também é uma viagem no espaço. Como explicar sentir-se novamente uma criança e rir muito, como se meus problemas e tudo que eu passei durante esses dezoito anos de repente se apagassem da minha vida! Eu fiquei transformada porque foi como se meu eu interior reprogramasse a fita da minha vida na tela e eu pudesse refazer tudo de novo, de outro jeito. Espere aí. EU POSSO! Eu posso fazer de novo do jeito que eu quiser! O que me impede de voltar a ter uma perspectiva alegre e saudável do futuro, rir muito, ignorando as intempéries de tudo que passou! Minha amiga está fazendo uma cara entre sem graça e fazer o que, ela é chique demais no último, sempre foi e sempre será, mas quando a gente era criança a gente pousava de lésbica, ela não falava nada até achava graça! Foi maravilhoso e recomendo a todos que tem uma vida meio "pesada", que encontrem alguns amigos do tempo de infância, ou da juventude, vai ser um choque de perspectiva. Alguns ficam diferentes, evoluem, enriquecem, outros ficam na mesma, ou desandam, descaminham, mas todos são O MESMO na sua essência divina, aquele risco de estrela que está dentro do coração de cada um, isso não muda, somos poeira de estrelas... Somos poeira cósmica! Por sorte, todos estavam muito bem em suas vidas, até o K., que nem tinha jeito de hetero, está casado e tem filho. Antes eu costumava ser contra este tipo de reunião, eu tinha um mau-humor do cão com isso porque parecia aquela coisa de competição, do tipo olha-o-que-eu-tenho-e-consegui-e-você- o-que-fez? Confesso que fiquei com medo do que eu responderia quando me perguntassem: "E aí, o que tem feito da vida?", e o medo foi tão grande que sequer estava preparada. Porém no calor do momento, o que saiu foi: "Resolvi ir para o ramo de casamentos..." "Ah! Produz eventos?" "Não! Andei me casando algumas vezes..." A gargalhada foi geral e não precisei demonstrar o meu imenso grau de frustração profissional. Profissionalmente estou "confortável". Tenho um empreguinho medíocre, como a maioria de todos nós, mas isso me frustra porque sempre me julguei um ser humano especial e talentoso, esperava ser atriz, escritora, artista plástica, arquiteta de monumentos do tipo do Oscar Niemeyer, etc. Não me contento com a explicação de que era delírio do transtorno bipolar, querer ser bem sucedida ao invés de ter um emprego medíocre, afinal, quase todo mundo tem empregos normais porque a sociedade está apoiada em uma multidão de serviços necessários e sem brilho, tipo: bancários, securitários, trabalhadores da construção civil, vendedores, atendentes e operadores de telemarketing. Uma minoria somente pode ser: médico, arquiteto, engenheiro, cientista, astronauta, piloto, ator/atriz, pintor famoso. Como fui educada em uma família religiosa, costumávamos pedir a Deus em orações esse tipo de sucesso também... Além disso, algumas filosofias de vida do tipo "Carpe Diem", que sempre abracei, acabaram por me desapontar, uma vez que não aproveitei o meu dia para realizar aqueles sonhos de sucesso profissional. Agora, retornando ao "choque de perspectiva", na verdade, posso voltar a ter vinte anos mentais e continuar fazendo um plano para ter sucesso profissional. Nada me impede, acho que vai ser melhor que desistir. Desistir já é assumir a derrota a priori e prefiro deixar para chorar depois, ou não chorar. Melhor pensar que não-sou-uma-atriz-AINDA. Ainda dá tempo de lutar por ideais impossíveis porque o que nos deixa com alma é o ideal e não o real. Vejam a foto, tenho talento para atriz?

Comentários

Anônimo disse…
Recordar é viver. E é sempre possível escrever novas estórias. O tempo passa para todos, e no fim... Só restará o fim. Boa semana!

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