Hoje eu usei alisabel no cabelo.

Alisabel de outra marca. Ai, sinceramente, não dava mais. Eu hidratava todo santo fim de semana e como ele me agradecia? Ficando cada vez mais hidratado. E armado. Uma juba, se querem saber. Adotei o penteado preso. Rabo de cavalo, coque, rabo de cavalo, presilha. Ontem no trabalho, ao olhar no espelho do banheiro, adivinha o que descubro? O lenço do cabelo era vermelho e a blusa amarela. Não dá. Combinar bijus, acessórios, sapato já é complicado o bastante... Não acham complicado? Para quem tem a mente equilibrada não, mas para uma pessoa que teve que re-adquirir o hábito de tomar banho, é uma coisa muito complicada, sim. Para uma pessoa em plena crise depressiva, o simples ato de tomar um banho é comparando-se ao ato de dirigir mais ou menos seis horas (nas minhas contas). Quando tomei banho sozinha, a família toda comemorou como se fosse o primeiro passinho de um bebê. Namorido ficou todo contente. Cuidados pessoais é amar-se e amar-se é o básico no caminho da recuperação de uma crise depressiva. Escrevendo isso, notei que eu fiz um longo caminho até aqui.
Cena 1. Uma semana deitada na cama.
Cena 2. Minha mãe com uma toalha na mão, me ajudando a levantar.
Cena 3. Minha mãe ajudando a secar-me, após ter separado a minha roupa.
Cena 4. Após dois meses, eu pedindo para Namorido me ajudar a tomar banho (por minha própria iniciativa)
Cena 5. Eu chorando muito, no chuveiro com náuseas e ânsia de vômito.
Cena 6. Após dois meses, eu tomando banho sozinha, sem ajuda de ninguém (alegria geral).
Pensando bem... Passar alisabel sozinha é um sonho... Eu estou muitíssimo bem e orando por minhas amigas Fátima, Julieta, Vitória, C., M., e incluindo todos os bipolares dos países de língua portuguesa. Amanhã eu vou dizer como ficou o cabelo porque não adianta falar, a menos que eu tenha passado uma noite com o cabelo novo...