Minha Casa Minha G..., que piada!!

Marido e eu fomos no Feirão da Casa P...! Foi muito engraçado!! Pegamos uma senha ali e fomos atendidos rapidamente, Marido até fez um cartão de crédito internacional da menina que estava ali vendendo pra todo mundo. Chegou a nossa vez e o menino de uns dezoito anos que atendeu a gente perguntou: Quanto é o imóvel que vocês querem, quanto é a renda de vocês e qual é a idade do mais velho? Só. Nem olhou o monte de documentos que a gente tinha. Frações de segundo depois: Com 25 anos de financiamento, e para a prestação x (um terço na nossa renda somada, mais ou menos calculei de cabeça), vocês terão de dar uma entrada y (um terço do valor da casa, exatamente). Marido não respondeu nada. Eu disse: Mas nós não temos o valor da entrada, e ademais o valor dessa prestação é mais ou menos o dobro do que pagamos de aluguel! O rapaz não respondeu e olhou para nós com uma cara de paisagem, que significava na minha parca interpretação de expressões: "Eu sei, dá pra ver pela cor do seu marido, pela roupa que vocês usam, pela falta de maquiagem e escovação no seu cabelo, e eu não estou nem aí também, sou funcionário público e ainda tenho que ficar aqui fingindo que eu acredito nesse programa de m..., que ninguém se encaixa no perfil, e ainda trabalhando no domingo, quanto tempo falta pro almoço, hein?" KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, 'tá bom!, acho que eu exagerei. Acho que ele queria apenas dizer que não, mas deixou que nós concluíssemos sozinhos. Quando íamos levantando, eu com um laconismo no olhar (laconismo é ironia, riso, deboche), o rapaz pediu: "Não, esperem, eu preciso cadastrá-lo!" - "Para as estatísticas", pensei. Marido deu os dados, um pouco atônito, ele é estrangeiro, é difícil entender certas coisas no Brasil. Marido é inteligente! Faça as contas: se entrada é igual a montante dividido por três e prestação é igual a renda dividido por três então um imóvel sem entrada é igual ao montante do valor da entrada, trocando em miúdos, só dá pra financiar o imóvel sem entrada se o valor do imóvel fosse um terço do que nós queríamos. O valor da entrada!!! Que sofisma!!! Se tivéssemos o valor da entrada que eles queriam poderíamos comprar o imóvel que poderíamos pagar à vista, entendeu? NÃO. Não dá pra entender o que eu falo, eu sei, é dislexia. E a fila, andava, andava, e andava. Entretanto, no estande da Construtora Tenda, venderam dois apartamentos, durante o pouco tempo em que estivemos lá. Dadas as devidas proporções, os finaciamentos estão saindo devagarzinho. Quando tudo acabar eu gostaria muito que houvesse no Jornal Nacional uma reportagem dizendo agora não quanto foi financiado em dinheiro, mas quantas famílias de baixa renda (até dez salários mínimos) foram beneficiadas. Com aqueles valores de prestação, era difícil sair algum apartamento para a baixa renda, que eu tenha percebido. Eu só vi a fila andando rápido, os atendendes dizendo não-dá-próximo, não-dá-próximo, não-dá-próximo. Na primeira reportagem do Jornal Nacional mostraram o Pavilhão na Imigrantes lotado, uma euforia e o montante total dos negócios (mais de dez bilhões de reais). Agora no fechamento eu gostaria de uma coisa realista, quero dizer, próxima da realidade, dados mais minuciosos, negócios efetuados separados por classe social e valores de prestação, porque eu estou desconfiada que a classe de baixa renda dançou como sempre.(Dançou é uma gíria brasileira da qual eu não sei a origem e que significa fracassar, perder.) O banheiro feminino estava nooojento. Bem nojento mesmo, eu nem vou descrever para vocês não terem náuseas. Eu já sabia que a nossa renda não ia dar para comprar nada sem entrada, mas com o estiramento do prazo de 20 para 30 anos, fui dar uma espiadela. Acho que dependendo da idade não dá para pegar o financiamento de 30 anos.
Pelo menos o pastel daquela família que não era japonesa ali em frente ao pavilhão estava gostoso... Mas não pudemos ficar sentadinhos nos banquinhos de plástico por causa do cheiro de gordura que Marido não atura (tem pobre que é fresco!) Para reforçar o caráter 'popular' do evento, cobraram R$20,00 pelo estacionamento. Isso mesmo, eu disse vinte reais. Dá pra comprar uma calça, ou um sapato e até uma calça jeans, dá pra comer uma pizza, dá pra assistir um filme no cinema. VINTE REAIS! Acho que tem uma peça de teatro em cartaz, uma BOA peça de teatro custando vinte reais, não tem não? By the way deixamos o carro a um quilômetro de distância, não pagamos nada, o carro ficou na sombra e eu ainda queimei umas calorias. Os guardadores de carro fizeram A FESTA! Os camelôs estavam em polvorosa ali naquela pracinha em frente ao viaduto. A CET como sempre fez um excelente trabalho (já mencionei que, depois da Polícia Federal, a CET é o órgão público que eu mais respeito no Brasil?) Nós quase compramos um cofrinho do Corinthians, porém o cara chutou o balde![Chutar o balde - expressão popular brasileira que significa exagerar]. O troço era de papel marchet e ele queria DEZ reais. Ele queria que a gente negociasse, ia sair por CINCO reais, mas Marido é estrangeiro e não tem isso em Portugal eu acho.

Comentários

Unknown disse…
Xaxeil! Quando vi a propaganda dos novos financiamentos achei que era a solução para a maioria no Brasil. Mas devem ter feito uma arrecadação enorme só pelo valor do estacionamento. Qual é a nacionalidade do teu marido?
Beijos no teu coração.
Xaxeila disse…
Angela, Marido é angolano e português. O coitado 'tá comendo o pão que o D... amassou aqui... Transportes lentos, impontuais, trânsito, impostos altos, até o pagamento da franquia no seguro do carro é um absurdo pra ele...

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