Privatização dos Espaços Públicos

A USP (Universidade de São Paulo) é uma universidade pública estadual, com autonomia do seu território e é gerida por uma pessoa chamada reitor. O reitor tem autonomia na governança e entretanto é curioso como desde que o PSDB entrou no governo do estado de São Paulo, há muitos, muitos anos atrás, a USP passou a fechar os seus portões nos finais de semana. Em 2006, certo dia, pegamos o meu carro, eu e a mãe, para fazermos uma caminhada na USP. Decerto, idéia excelente, pois o campus é lindo, bem cuidado, tem um belo gramado e possui uma excelente rede de seguranças. Fomos barradas logo na entrada da Av. Escola Politécnica. Fins-de-semana não abre. Antigamente, há uns vinte anos atrás as famílias pobres da periferia costumavam visitar a USP, como um ponto turístico e sonhar que um dia seus filhos poderiam entrar lá como esturantes, e não como turistas. Quando eu era criança cheguei a fazer este passeio. Foi um lindo dia! Crianças com bicicletas, cães, bolas... Hoje, eu não vejo mais a USP assim. Pública. Não vejo a USP com programas inclusivos. A FEUSP, onde está? Qual prática a FEUSP tem trazido para a sociedade? Aquela favela bem perto da USP, além de utilizar o hospital, qual benefício tem colhido de sua vizinhança à USP? Faculdade de Letras, o que tem feito pelos jovens carentes, que não podem pagar um curso de Inglês? Faculdade de Odonto, qual programa dentário para os jovens, adultos e crianças que não tem recursos financeiros está desenvolvendo? Medicina? Enfermagem? Psicologia? Onde está todo mundo? Privatização da Universidade Pública não é simplesmente fechar o portão aos fins-de-semana, é também fechar os olhos ao povo, é abrir a porta somente àqueles que podem pagar caríssimas extensões universitárias, convênios com a H%rvard Maneigement, MB#, convênios com indústrias poderosas, convênios somente incluindo que já nasceu incluso... Pensem nisso estudantes da FEUSP, pois com certeza o Reitor aparentemente não tem pensado, ou se pensou, não tem agido... Comece, Senhor Magnífico Reitor, comece pelo portão aos sábados e domingos. É difícil incluir, mas talvez aos pouquinhos, quem sabe? Comece pelo portão da Av. Escola Politécnica, vai devagarzinho, devagarzinho, até chegar na reacionária ala da Economia. Vai indo de fora para dentro, a Feusp abriria vagas na Escola de Aplicação, na Creche, a Odonto abriria tratamento gratuito - mas não é tratamento de cárie e arrancar dente não, é tratamento meeesmo, com direito a branqueamento e brinquinho no dente! A Psicologia abriria terapia gratuita. Os ensinamentos e a mente se abririam para a realidade dos mais pobres à vossa volta! Senhor Reitor, abra o portão da Av. Escola Politécnica aos fins-de-semana, por gentileza.

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